Eficiência coletiva e responsabilidade. Lições da ACE São João
Desde seu primeiro lampejo a
Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista movimenta-se para
responder com eficiência à demandas coletivas, quando, no início do século XX,
os empresários sanjoanenses se mobilizaram para resolver problemas no
fornecimento de energia elétrica que atingi a todos os cidadãos, não apenas o
grupo que reuniu. Este movimento se desagregou, e se reorganizou na época da
Segunda Guerra Mundial, continuando até os dias de hoje. Esta tradição em
compreender seu lugar na coletividade é uma constante, não se resumindo aos
papéis burocráticos fundamentais de uma associação comercial e assumindo uma
postura de preparar as condições para criar as coisas novas que movem a
sociedade e o mercado, dando lugar de protagonismo aos seus associados quando
os holofotes chegam (ou até mesmo à cidadãos não associados, quando for o
caso).
A
cidade, que já foi um tradicional polo de produção agropecuário e
agroindustrial (que hoje representa 2,91% do PIB), sempre se destacou por um
comércio diversificado, que se espalhava pelas ruas que saíam da estação
ferroviária em direção a municípios vizinhos, como as ruas Saldanha Marinho,
Adhemar de Barros, Getúlio Vargas e Dona Gertrudes. Nelas se formou um complexo
varejista que atraia toda a região, tal que atualmente São João tem cerca de
76% de sua atividade econômica nos setores de comércio e serviços, além dos 21%
na indústria. Sendo assim, as atividades urbanas sempre estiveram no cerne de
sua dinâmica social e política, tal que a imersão destes setores nos problemas
concretos da sociedade sempre foi uma constante, com uma confluência orgânica
entre interesses econômicos e sociais, compreendendo-se inclusive que o lucro
só é constante quando se faz algo importante.
A
ACE São João, como em alguns outros casos, assumiu desde o começo da pandemia
um papel de orientação para os seus associados e para os cidadãos, e quando as
restrições oficiais chegaram, não adotou uma postura negacionista. Admitiu a
necessidade de cuidados, reivindicou junto a prefeitura adiamentos nos
pagamentos de taxas municipais e focou no incentivo ao comércio digital e na
conscientização de todos, pois quanto antes a pandemia fosse estancada, mais
rápido o movimento voltaria. Não pode-se negar também um sentimento de
responsabilidade coletiva neste processo, uma consciência que a
sustentabilidade do todo é o que garante o surgimento de novas alternativas de
negócio e o poder de compra do consumidor, além do compromisso cívico de
“player” local na busca pela cidadania: até mesmo agora que uma pressão para
flexibilização se tornou inevitável, a campanha para a adoção de medidas de
proteção à saúde não saiu do foco.
Esta
noção de que criando coisas novas para o bem estar da sociedade dá-se origem à
novas coisas interessantes (e com isso novos produtos e mercados) é antiga, e
não veio com as restrições. A ACE é parceira da prefeitura nos festejos de
natal, principalmente na Parada de Natal, que trai gente da região inteira, e
chegou a chamar a atenção de outras associações comerciais, como a de Santos.
Outras iniciativas, como o projeto “Entre Serras”, que programa uma retomada do
projeto turístico em torno da serra formada pelo vulcão de Poços de Caldas e a
adesão ao projeto São João 2050 são outros exemplos da integração desta
instituição com a sociedade. Esta capacidade de diálogo, visão e imparcialidade
política deram a ela uma condição muito diferenciada de interagir com o poder
público durante a quarentena, e seu papel de orientar e conscientizar (muitas
vezes contrariando alguns associados) ela cumpriu muito bem.
Como
foi posto já no título, a ACE São João prima pela busca de uma eficiência
coletiva na solução para os mais variados desafios, sustentada na responsabilidade
de trazer sempre alternativas e informações confiáveis para quem é e quem pode
vir a ser associado um dia: ou seja, todos os cidadãos. É assim que se constrói
a credibilidade de uma marca e que se conseguem transferir esta credibilidade
para quem se associa à ela, com honestidade e uma grande disposição para o
desenvolvimento de potenciais. Com esta mistura entre equilíbrio e busca pelas
novidades que realmente são boas que pode-se observar que esta instituição está
conduzindo este momento tão difícil pelo qual todos estamos passando. Aumento
no faturamento é o objetivo final, que só vem com sustentabilidade e sintonia
com a sociedade.
Link para introdução ao projeto “Com a palavra, as associações
comerciais”
https://rbsustentabilidade40.blogspot.com/2020/06/crise-com-palavra-as-associacoes.html
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