Protagonismo nas questões públicas. As lições da ACE de Cajuru





Apesar de tradicionalmente ser considerado um município agrícola, segundo dados da Fundação SEADE de 2017 62% da economia local gira em torno do comércio e setor de serviços. Aliás, realiza uma série de atividades para municípios vizinhos (principalmente Santa Cruz da Esperança e Cássia dos Coqueiros), constituindo-se assim como um importante elemento integrador regional. Deste modo, pode-se dizer que a Associação Comercial e Empresarial de Cajuru (ACEC) foi chamada a cumprir um papel de protagonismo na conduçãod esta crise que vivemos, e ela mostrou realmente ter assumido esta função frente ao desafio cívico imposto pela ocasião.

Devido ao protagonismo no cenário econômico da cidade, vem desenvolvendo um trabalho intensificado juntamente com a prefeitura e equipes sanitárias, diante das dificuldades impostas pela necessidade de isolamento social e decretos municipais e estaduais. A principio buscou estreitar as relações com as entidades municipais, participamos de dezenas de reuniões com propostas de formar um plano de funcionamento do comercio e indústria a fim de mitigar os efeitos da crise.

Em relação aos associados, percebeu-se a necessidade urgente de explorar outros canais de vendas para o comercio, por exemplo : delivery, plataformas digitais, redes sociais como watsapp, facebook, instagran. Com parcerias com Sebrae disponibilizou cursos para aprimoramento dessas ferramentas. O comercio se uniu. Alguns associados com conhecimento de designer se ofereceram de forma solidária para desenvolver artes gráficas e divulgar os serviços e produtos em diversas plataformas digitais. Cientes das mudanças nos hábitos, também foram feitas campanhas com objetivo de valorizar o comercio da cidade, assim mostrar para a sociedade sua importância na manutenção da economia local. Assim como Aguaí, viu-se a importância em criar um ambiente mais atraente para os consumidores do que os preços apelativos dos grandes magazines da internet.

Outra frente não menos importante que a ACEC  também  se preocupou é o acesso a informações, buscando transparência e cobrando das instituições municipais que as informações sejam constantes e precisas. Para os associados disponibilizamos, também em parceria com a vigilância sanitária, todas as informações necessárias para o combate ao coronavírus.

Como em poucos casos na região a ACEC se fez ponto de convergência entre os associados, comercio e indústria e os poderes públicos, contribuindo para amenizar os efeitos da crise, prestando informações precisas aos associados e buscando novos caminhos. A participação dos associados é considerada imperativa e urgente para atenuar as dificuldades. Apostou na valorização da vida, que ela tem valor infinitamente maior que a economia, sem esquecer que existe também uma caminho onde é possível manter atividade econômica com segurança, esse é o desafio,  afinal a economia garante a infraestrutura necessária para o combate à pandemia.

Link para introdução ao projeto “Com a palavra, as associações comerciais”

https://rbsustentabilidade40.blogspot.com/2020/06/crise-com-palavra-as-associacoes.html

 

André Titareli, diretor da ACE Cajuru (ACEC)

Marcos Rehder Batista, sociólogo, doutorando em Desenvolvimento Econômico no Instituto de Economia/Unicamp, pesquisador do NEA/Unicamp e do LEICI/Unicamp, líder do projeto RB Sustentabilidade 4.0. E-mail: marcosrehder@gmail.com

 


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