Projeto "Com a palavra, as associações comerciais" II: agropecuária
Nossa
região é uma potência agrícola, e isto é de suma importância para a economia
regional pois este foi o setor menos afetado pela crise provocada pela Covid-19. Somos referência na produção de
café, soja, batata, cebola azeitona (isso mesmo, azeitona), laranja e vários
outros produtos. De fato, nem todos os 27 municípios deste levantamento tem
associação comercial ou industrial, mas todos possuem algum tipo de associação
rural (associação, sindicato, cooperativa, etc). Também possuímos uma série de
serviços voltados para o setor, como silagem e fábricas de insumos, além de uma
agroindústria que vai de laticínios até produção de etanol. Porém, a
participação da produção agrícola nos PIB’s municipais vinha caindo de 2007 a
2015 na maioria dos municípios que compõem este projeto, como pode ser
observado na tabela abaixo.
Pode-se
observar que nos números mais recentes em alguns lugares a atividade agrícola
supera os 20% da atividade econômica (Caconde, Cajuru, Casa Branca, Cássia dos
Coqueiros, Divinolândia, Itobi, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio do
Jardim, São Sebastião da Grama e Tapiratiba), o que ratifica a importância do
campo na economia regional, dado que em esfera estadual este número nunca
esteve acima dos 3% neste recorte de tempo.
Alguns,
como Aguaí, Casa Branca, Mococa, Pirassununga, Porto Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras,
Santa Rosa do Viterbo e Tambaú tiveram uma queda radical na importância da atividade
rural entre 2007 e 2015, enquanto outros menos. Mesmo que em alguns casos o
crescimento continuou ou manteve-se as estabilidade, este decrescimento foi
geral nos números do Estado de São Paulo. Felizmente, nos últimos anos esta
queda foi revertida, pois a atividade agropecuária foi a menos afetada neste
primeiro semestre.
Considerando
que muitos negócios envolvidos em cadeias produtivas do setor agropecuário
estão ligados à associações comerciais (em parcerias ou como associados mesmo),
uma boa alternativa para estas organizações de agentes econômicos alavancarem
projetos de recuperação econômica é recorrer à suas relações com a atividade
rural. Isto pode começar promovendo-se palestras de produtores, consultores e pesquisadores
da área, afinal, possuímos faculdades de agronomia, zootecnia e veterinária na
região, e as pessoas envolvidas nestes cursos (sobretudo economistas e
cientistas sociais) podem dar uma luz sobre caminhos de recuperação. São
alternativas, possibilidades, dentre várias outras que podem surgir a partir
deste eixo. O importante é aglutinar de forma harmoniosa várias iniciativas,
sem que uma exclua a outra. São muitos os setores que precisam de uma alavanca,
e temos que recorrer a todos os recursos disponíveis no momento.
Link com a introdução ao projeto:
https://rbsustentabilidade40.blogspot.com/2020/06/crise-com-palavra-as-associacoes.html
Link com a introdução ao projeto:
https://rbsustentabilidade40.blogspot.com/2020/06/crise-com-palavra-as-associacoes.html
Marcos Rehder Batista, sociólogo,
doutorando em Desenvolvimento Econômico no Instituto de Economia/Unicamp,
pesquisador do NEA/Unicamp e do LEICI/Unicamp, marcosrehder@gmail.com
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