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Mostrando postagens de agosto, 2020

Sinergia e produtividade. Lições de Vargem Grande do Sul

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                    Pode-se dizer que o grande diferencial de Vargem Grande do Sul na região é que ela sabe o que é ser líder nacional em um segmento produtivo, o que necessariamente forma capacidades gerenciais capazes de compreender mercados mundiais e empresários em sintonia com grandes conglomerados, tanto no setor agroindustrial como ceramista. Com isso, há um potencial gigantesco de aprendizagem econômica se os grandes empreendedores do município forem articulados no sentido de disseminar o ritmo que conhecem para outras iniciativas locais, tanto na esfera econômica como social e cultural. Esta minha iniciativa é apenas uma apresentação de muitos diagnósticos que podem ser feitos sobre este município e das inúmeras possibilidades de desenvolvimento que existem nele, e a Associação Comercial e Industrial de Vargem Grande do Sul (ACI-VGSUL) sintetiza em si muitas destas possibilidades de arranjo para um futuro promissor demais.                   Mesmo possuindo esta enorme força

Um universo para redescobrir. Lições de Tapiratiba

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                  Tapiratiba é um município relativamente recente, sua emancipação de Caconde data de 1928, e seu território começou a ser ocupado na década de 1870, basicamente para a produção de café. Está cercada por municípios economicamente fortes, como Guaxupé, São José do Rio Pardo e Mococa, o que naturalmente dificultaria a formação de uma estrutura de atividades econômicas urbanas considerável. A realidade é que existem indústrias importantes na cidade, de fábricas de bolas de capotão até usina de compostagem de alta tecnologia, passando por uma razoável atividade no setor de laticínios, o que resulta em uma organização emergente do empresariado que se formaliza com a existência da Associação Comercial e Industrial de Tapiratiba (ACIT). Esta articulação dos setores econômicos pode ser o principal fator a promover uma redescoberta da cidade para seus cidadãos e para a região toda.                 De fato, o município se destaca em atividades produtivas, tanto agropecuária com

Esperança, mobilização e audácia. Lições de Tambaú

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  Tambaú traz uma tradição na indústria ceramista que remonta o século XIX, já tendo feito até parte de programas da FIESP voltados para o setor. Apesar de ser relativamente pequena, com pouco mais de 22 mil habitantes, sua população é destacadamente envolvida nos debates públicos sobre os mais variados temas, o que pode rapidamente ser visto nos grupos de discussão em redes sociais (que são muitos). Está próxima da Via Anhanguera, e faz parte da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, o que contribui para conectar seus cidadãos ao mundo e gera uma gana de desenvolvimento incomum para municípios deste porte. Porém, existe uma força messiânica ali que ultrapassa a normalidade, um motivo especial que mobiliza não só quem é de lá, mas junto multidões que passam pelo local todos os finais de semana a mais de 50 anos em busca de uma graça do Padre Donizetti. Trata-se do ponto de partida do principal caminho de peregrinação do país, o “Caminho da fé”, além dos milhares que vão apenas para a

Orgulho e valorização local. Lições de São Sebastião da Grama

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Foto: Davi Urbano                 É praticamente impossível não associar São Sebastião da Grama ao café, pois existem lá grandes produtores em nível nacional e até mundial, inclusive com propriedades da Família Marinho (Rede Globo). Trata-se de uma potência no setor, tanto em quantidade quanto em qualidade, pois já ganhou diversos prêmios nacionais. Apesar da supremacia da atividade agropecuária, de laticínio a criação de cavalos, há também indústrias de destaque, como para equipamentos cirúrgicos, e já chegou a fornecer freios para o metrô de São Paulo. É realmente uma cidade aconchegante: me lembro de suas exposições de mangalarga, encontro de jipeiros e festa do peão até seu tradicional torresmo, famoso em toda a região. É importante entender o quanto seus cidadãos gostam de lá e os motivos do orgulho que eles têm porque isto explica a mobilização quase automática no sentido de prestigiar o comércio local, que foi incorporado pela atitude da Associação Comercial e Industria de São S

Compromisso, união e bem comum de olho no futuro. Lições de São José do Rio Pardo

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Foto: Du Amorim                Tive o prazer de experimentar de perto como São José do Rio Pardo funciona, pois fui professor nesta cidade por 3 anos, onde tive um dos melhores ambientes de trabalho que me recordo. É evidente a disposição assumir compromissos com o novo, unir forças e trabalhar de forma organizada em busca do bem comum, para o inovador com objetivos claros, com um sentimento de comunidade impressionante. Eu via ruas centrais sem asfalto por consciência ambiental, forte valorização dos símbolos culturais locais (de Folia de Reis à Semana Euclidiana), uma religiosidade muita atenta às questões sociais. Uma população receptiva e exigente, dialogável e de posições sólidas. Posso dizer que vi tudo isso na forma com que se lidou com a pandemia.                 Desde o começo do século XX há alguma organização do empresariado local, sendo que hoje quase 70% de seu PIB está no setor comercial e de serviços, número que vem aumentando progressivamente desde 2009, o que salie

Resiliência, potencial e amparo. Comércio e pandemia em Santo Antônio do Jardim

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              Santo Antônio do Jardim começou como parte de uma fazenda registrada em 1816, que foi sendo dividida entre novos donos e herdeiros e que tornou-se povoado na virada do século XIX para o XX. Antes como distrito rural de Espírito Santo do Pinhal, ganhou autonomia em 1953, e sempre se caracterizou como tradicionalmente rural. Porém, nas últimas décadas vem aquecendo suas atividades econômicas urbanas, mesmo com a proximidade de dois centros comerciais consideráveis como Pinhal e São João da Boa Vista, além de Andradas do outro lado da divisa com o Estado de Minas Gerais. Como será demonstrado adiante, este município mostrou a resiliência necessária para garantir uma força   comercial incomum para lugares com sua história e situados no contexto geográfico aonde se encontra, o que aponta para um enorme potencial, principalmente se houve uma conscientização sobre as possibilidades que os problemas com a pandemia exigiram.                 De fato, Jardim está entre os que cont

Eficiência coletiva e responsabilidade. Lições da ACE São João

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  Foto: Jornal "O Município"                Desde seu primeiro lampejo a Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista movimenta-se para responder com eficiência à demandas coletivas, quando, no início do século XX, os empresários sanjoanenses se mobilizaram para resolver problemas no fornecimento de energia elétrica que atingi a todos os cidadãos, não apenas o grupo que reuniu. Este movimento se desagregou, e se reorganizou na época da Segunda Guerra Mundial, continuando até os dias de hoje. Esta tradição em compreender seu lugar na coletividade é uma constante, não se resumindo aos papéis burocráticos fundamentais de uma associação comercial e assumindo uma postura de preparar as condições para criar as coisas novas que movem a sociedade e o mercado, dando lugar de protagonismo aos seus associados quando os holofotes chegam (ou até mesmo à cidadãos não associados, quando for o caso).                 A cidade, que já foi um tradicional polo de produção agrope

Rearticulação urgente, tudo para dar certo. Lições de Santa Rosa de Viterbo

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               Faz três dias que Santa Rosa de Viterbo confirmou seu segundo óbito por Covid 19, o que caracteriza um razoável controle da situação neste município de aproximadamente 25 mil habitantes, e que faz parte da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, que estava na fase vermelha do Plano São Paulo até 7 de agosto. Ou seja, está em uma situação muito melhor que suas vizinhas, mas mesmo assim teve que conviver com as restrições aplicadas para evitar a disseminação da Covid 19. Nem por isso este período deixa de provocar uma importante reflexão sobre mudanças que já estavam a caminho, como digitalização da atividade econômica, e também sobre a necessidade de organização dos setores empresariais para assimilar e disseminar estas transformações que ocorreram no mundo todo.                 Com a agricultura representando 5,36% da economia local, 37% de seu PIB é composto pela atividade industrial, o que coloca Santa Rosa de Viterbo entre os municípios aonde a manufatura é mais imp

Desafio que exige reinvenção. Lições de Santa Cruz das Palmeiras

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                    Somando-se todos os fatores, talvez Santa Cruz das Palmeiras seja o município mais afetado entre os estudados aqui. Com uma população estimada de quase 32 mil habitantes, tem pelo menos 1190 casos confirmados de Covid 19 e 17 mortes, (14 só no mês de julho). Isto acarretou uma série de consequências, dentre elas o fato de ainda estarem com uma série de serviços sem funcionar, como confirma o decreto n o 63/2020, da última sexta feira. Este cenário pode trazer uma crise econômica acentuada para a cidade, e por isso uma campanha de conscientização da população e dos comerciantes é urgente para frear o avanço da doença nas próximas semanas.                 A área onde se encontra Palmeiras começou a ser definitivamente ocupada na década de 1870, em virtude da cultura do café, tal que na década seguinte o povoado já se desmembrou de Casa Branca, e antes da chegada do século XX já era uma comarca. Com 12% de sua economia voltada para o setor agropecuário, o que a colo

Na porta de sua casa. Lições para Santa Cruz da Esperança

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             Santa Cruz da Esperança talvez seja o maior desafio dentre os 27 municípios que serão abordados, pelo menos quando o assunto é organização do empresariado local, e tentarei aqui dar algumas sugestões sobre como a relação com o mercado interno pode ser otimizada, fortalecendo assim a economia local e potencializando seus agentes para organizarem-se, pois a ideia neste projeto é, além de saber o que foi feito contra a crise, entender como empresários podem planejar o desenvolvimento local para fortalecer seu próprio mercado. Emancipada de Cajuru em 1993, e segundo estimativa da Fundação Seade possui cerca de 2000 habitantes, sendo que 31,5% reside na zona rural, o que caracteriza um mercado consumidor muito espalhado territorialmente e propenso a consumir em outras cidades, pois não há uma concentração e muitas vezes as pessoas estão realmente mais próximas de outros centros. O que torna isso mais radical é o fato de fazer parte da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, o q

Versatilidade e sinergia abrindo pontes. Lições de Porto Ferreira

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  Estas duas palavras do titulo resumem demais a atuação da Associação Comercial e Empresarial de Porto Ferreira (ACEPF): versatilidade com os setores econômicos, nas tomadas de decisão, nos vários órgãos aonde mantem relações diretas (DEPAR-FIESP e COMTUR, por exemplo); sinergia com o município, com o poder público, com sua região. Através dela se abrem múltiplas pontes para todas as dimensões do desenvolvimento, e se oferece um universo enorme de potenciais para negócios e desenvolvimentos dos mais variados tipos de projetos. É uma instituição acostumada a lidar com as incertezas e possibilidades dos vários mercados que compõe sua economia e de sua posição geográfica privilegiada.                 Porto Ferreira fica na Via Anhanguera, sendo um ponto de ligação para o polo tecnológico de São Carlos e também para a Microrregião de São João da Boa Vista e para o Sul e Minas. Mesmo não possuindo uma população tão grande em comparação com outras levantadas neste projeto, sua economia é

Reinventando negócios e pessoas. Lições de Pirassununga

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              Pirassununga foi o primeiro município da região a possuir ensino universitário público coma chegada da USP em 1993. Com ela veio a pesquisa científica de ponta e uma modernização de mentalidade muito perceptível em seus dados e na visão que a Associação Comercial e Industrial de Pirassununga (ACIP). Hoje contando com um Parque Tecnológico e dois Distritos Industriais, a produção manufatureira conta com empresas de peso, como a Caninha 51, Cargill, várias usinas de etanol de grande porte, a FVO-Brasília (rações) e muitas outras atraídas pela excelência tecnológica, o que garante que 21% de seu PIB esteja no setor. Contando com 5% de sua economia no setor agropecuário, possui quase 74% no setor de serviços, o que confirma o peso de uma associação comercial lá.                 A cidade também esteve entre as mais castigadas pelas restrições provocadas pela pandemia por pertencer à Região de Piracicaba, e sua direção foi bastante combativa no sentido de defender os interess

A retomada econômica em Poços de Caldas e seu impacto regional

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             Como foi dito ao final de meu primeiro artigo sobre a Retomada Econômica em Poços de Caldas, tudo que acontece lá ressoa na região, e de lá virá um “tsunami” que todos podem surfar se quiserem. Este vínculo regional, inclusive com municípios além da divisa com São Paulo, é algo histórico, e Poços fornece uma série de insumos para comércio, setor produtivo, ensino e saúde para suas vizinhas, integrando um leque significativo de cadeias econômicas. É centro de iniciativas regionais, como o selo Café Vulcânico e o Grupo de Integração para o Desenvolvimento Regional (GIDRE), um consórcio entre municípios das regiões de São João da Boa vista e Poços de Caldas voltado para a integração econômica. Por este motivo, um mapeamento objetivo de sua rede de influência é crucial para o planejamento de qualquer projeto de desenvolvimento, e pretende-se aqui dar uma contribuição inicial, apontar caminhos: no caso, apresentarei a rede principal de municípios que consomem em Poços de Caldas

Uma liderança natural para a reinvenção. Lições do empresariado de Poços de Caldas

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  A forma com que o empresariado de Poços de Caldas saltou à frente do poder público e demais formas tradicionais de organização na condução da crise salta aos olhos. Logo que comecei a falar das associações comerciais aqui na mogiana paulista recebi a sugestão de Celene Curimbaba para acompanhar a revolução que acontecia aqui na vizinha mineira. Ela me apresentou Diva Funchal, líder empresarial que me apresentou o caminho para começar a desenhar o que acontece no alto da Serra. Na verdade, um processo de mobilização espontânea dos principais agentes econômicos já vinha acontecendo há pelo menos 3 anos, e por isso estavam mais que preparados para reinventar comércio, serviços, indústria, agropecuária, turismo e o que mais for que dinamize o mercado, do gigante ao micro. Trata-se de um centro que influencia pelo menos outras 13 cidades na divisa entre Minas Gerais e São Paulo, e faz todo o sentido não só sintetizar o que há de especial como espalhar por todas as outras da região.